Durante a COP30, nesta quarta-feira (19), o Consórcio da Amazônia Legal apresentou, no Hub Amazônia – Blue Zone, um estudo inédito que reúne pela primeira vez um diagnóstico integrado dos crimes ambientais que afetam a Amazônia Brasileira. O levantamento foi produzido de forma colaborativa pela Câmara Setorial de Segurança Pública do Consórcio, com participação direta das secretarias de segurança dos nove estados que compõem a Amazônia Legal.
O trabalho, desenvolvido em parceria com o Instituto Igarapé, reúne dados e análises inéditas sobre redes criminosas, capacidade operacional dos estados e os principais entraves enfrentados no combate às infrações ambientais. O documento mostra que, apesar dos avanços, os estados ainda lidam com limitações estruturais e operacionais para proteger o maior bioma tropical do planeta. O estudo reforça que a cooperação entre estados e o compartilhamento de informações são essenciais para enfrentar crimes que operam em escala regional e até transnacional.
Um dos pontos mais alarmantes revelados pelo diagnóstico é a baixa disponibilidade de aeronaves para ações de fiscalização e repressão. Em toda a Amazônia Legal, há apenas 19 aviões e 24 helicópteros destinados a operações policiais — um número considerado insuficiente para cobrir um território de mais de 5 milhões de km². A disparidade entre os recursos existentes e a complexidade das áreas vulneráveis reforça a necessidade de reforço estrutural.
Felipe Vital, secretário da SESDEC de Rondônia e coordenador da Câmara Setorial de Segurança Pública, destacou que os problemas enfrentados pelos estados amazônicos são comuns e exigem atenção nacional e internacional. Ele enfatizou que a criação de um Centro Integrado de Proteção Ambiental da Amazônia é fundamental para ampliar a inteligência e melhorar o combate aos crimes ambientais em toda a região.

Pela primeira vez, a pauta da segurança pública foi oficialmente levada pelo Consórcio da Amazônia Legal a uma Conferência do Clima, marco que evidencia o entendimento de que não há preservação ambiental sem fortalecimento das ações de segurança. A apresentação do diagnóstico reforça o compromisso conjunto dos estados.
A diretora-executiva do Consórcio, Vanessa, ressaltou o valor estratégico da iniciativa:
“Pela primeira vez temos um diagnóstico construído de forma integrada, baseado em evidências e na colaboração real entre os nove estados. O desafio da criminalidade ambiental é gigantesco e nenhum estado pode enfrentá-lo sozinho. A atuação coordenada transforma dados em estratégia e estratégia em ação.”
O painel contou ainda com a presença de Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé; André Velasco, coordenador da Comissão de Segurança da OTCA; e o coronel Henrique Barbosa, diretor-executivo da SESDEC Rondônia, reforçando a representatividade e o caráter colaborativo da iniciativa.




















